RAZÃO E CORAÇÃO

Adotei o pensamento de que antes de nos permitirmos amar alguém, devemos responder a uma pergunta pessoal de vital importância: a pessoa a quem pretendo dedicar o meu amor, faz jus a essa dedicação? Para a obtenção de uma resposta satisfatória, podemos nos valer de critérios que se mostram eficazes, à exemplo de solicitar informações e observar comportamentos do pretendente. Qual o tratamento que essa pessoa dispensa aos pais, amigos, e familiares? Como se relaciona com os colegas de trabalho? E os tratos com pessoas que sob o ponto de vista humano, nada teriam a oferecer? Ao descobrir que vale à pena investir no relacionamento, a evolução dessa relação, inevitavelmente, exibirá os "defeitos do prospectivo cônjuge, exigindo análise pessoal da capacidade de convivência pacífica com tais falhas, tendo bem em mente que os nossos defeitos também precisarão ser suportados pelo outro. A esse respeito, precisamos levar em conta a nossa individualidade, lembrando de que as vezes constatamos defeitos no outro que nos são indigeríveis, enquanto que para outrem, não sejam assim encarados. Se eventualmente, os descobrirmos insuportáveis, que não cometamos o erro de presumir que aprenderemos a contorná-los, sem amargar e causar prejuízos. Embora seja um projeto desafiador e racional, peço licença para discordar da corrente majoritária que entende NÃO ser possível escolher a quem amar.

Olga Nobre
Enviado por Olga Nobre em 11/08/2016
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