Essa cabeça...
O cérebro elege o a gente seleciona? A gente escolhe ou é escolhida? Qual o momento da paixão, da surpresa? Qual é o instante em que nos envolvemos com alguém? A hora de ver o rosto? A voz? O mistério? A sedução? Palavras? O ato? O nosso momento? A surpresa? Qual o estopim para nos apresentarmos como vulcões?
O homem-moleque na medida certa pra se manter a relação. Sonho? Tesão? Cabeça?
Cada mulher, ao seu modo, executa a função de amar e de se deixar amar; de destruir e causar desarmonia, de conjugar e viver. Cada uma tem o poder de dominar e se fazer domínio.
O homem que estiver apto, será rei ou escravo. Ela se entrega ao que admira. O resto é ignorância e desperdício.
A cabeça é a expectativa. Neste mundo poucos entram. Só mesmo os especiais vão conhecer esta verdade, que para muitos passa despercebida.
Sexo? Isso é fácil... Sexo e amor? Isso é futuro. Empatia? Isso é probabilidade e matemática.
Nomes impossíveis de serem ditos rondam aqui e nenhum vai poder dizer o que esperamos de alguém. Esperamos com medo, com dúvidas, com descrédito. Com um passado nas costas, mas esperamos.
Duas partes, duas maçãs igualmente divididas. O sonho de cada pessoa se concentra na plenitude da paz e do prazer.
Explora este solo. A grama que pisas pode florescer um campo virgem, que quer ser adubado com amor e paixão.
Se nada vingar, que seja recriada a amizade.
Texto de Leila Marinho Lage, baseado na música Elegia, de Caetano Veloso, que, por sua vez, foi inspirada na poesia de John Donne "Elegia - indo para o leito".
O cérebro elege o a gente seleciona? A gente escolhe ou é escolhida? Qual o momento da paixão, da surpresa? Qual é o instante em que nos envolvemos com alguém? A hora de ver o rosto? A voz? O mistério? A sedução? Palavras? O ato? O nosso momento? A surpresa? Qual o estopim para nos apresentarmos como vulcões?
O homem-moleque na medida certa pra se manter a relação. Sonho? Tesão? Cabeça?
Cada mulher, ao seu modo, executa a função de amar e de se deixar amar; de destruir e causar desarmonia, de conjugar e viver. Cada uma tem o poder de dominar e se fazer domínio.
O homem que estiver apto, será rei ou escravo. Ela se entrega ao que admira. O resto é ignorância e desperdício.
A cabeça é a expectativa. Neste mundo poucos entram. Só mesmo os especiais vão conhecer esta verdade, que para muitos passa despercebida.
Sexo? Isso é fácil... Sexo e amor? Isso é futuro. Empatia? Isso é probabilidade e matemática.
Nomes impossíveis de serem ditos rondam aqui e nenhum vai poder dizer o que esperamos de alguém. Esperamos com medo, com dúvidas, com descrédito. Com um passado nas costas, mas esperamos.
Duas partes, duas maçãs igualmente divididas. O sonho de cada pessoa se concentra na plenitude da paz e do prazer.
Explora este solo. A grama que pisas pode florescer um campo virgem, que quer ser adubado com amor e paixão.
Se nada vingar, que seja recriada a amizade.
Texto de Leila Marinho Lage, baseado na música Elegia, de Caetano Veloso, que, por sua vez, foi inspirada na poesia de John Donne "Elegia - indo para o leito".
Elegia: indo para o leito
Poema de John Donne, prosador e clérigo - 1572/1631
Tradução: Augusto de Campos
Vem, Dama, vem que eu desafio a paz;
Até que eu lute, em luta o corpo jaz.
Como o inimigo diante do inimigo,
Canso-me de esperar se nunca brigo.
Solta esse cinto sideral que vela,
Céu cintilante, uma área ainda mais bela.
Desata esse corpete constelado.
Feito para deter o olhar ousado.
Entrega-te ao torpor que se derrama
De ti a mim, dizendo: hora da cama.
Tira o espartilho, quero descoberto
o que ele guarda, quieto, tão de perto.
o corpo que de tuas saias sai
É um campo em flor quando a sombra se esvai.
Arranca essa grinalda armada e deixa
Que cresça o diadema da madeixa.
Tira os sapatos e entra sem receio
Nesse templo de amor que é o nosso leito.
os anjos mostram-se num branco véu
Aos homens Tu, meu anjo, és como o Céu
De Maomé. E se no branco têm contigo
Semelhança os espíritos, distingo:
o que o meu anjo branco põe não é
o cabelo mas sim a carne em pé.
Deixa que minha mão errante adentre
Atrás, na frente, em cima em baixo, entre.
Minha América! Minha terra à vista,
Reino de paz, se um homem só a conquista,
Minha Mina preciosa, meu Império,
Feliz de quem penetre o teu mistério!
Liberto-me ficando teu escravo;
onde cai minha mão, meu selo gravo.
Nudez total! Todo prazer provém
De um corpo (como a alma sem corpo) sem
Vestes. As jóias que a mulher ostenta
São como as bolas de ouro de Atalanta:
o olho de tolo que uma gema inflama
Ilude-se com ela e perde a dama.
Como encadernação vistosa, feita
Para iletrados, a mulher se enfeita;
Mas ela é um livro místico e somente
A alguns (a que tal graça se consente)
É dado lê-la. Eu sou um que sabe;
Como se diante da parteira, abre-
Te: atira, sim, o linho branco fora,
Nem penitência nem decência agora.
Para ensinar-te eu me desnudo antes:
A coberta de um homem te é bastante.
Elegia
Música de Caetano Veloso
Deixe que minha mão errante
Adentre atrás, na frente,
Em cima, em baixo, entre
Minha América
Minha terra a vista
Reino de paz se um homem
Só a conquista
Minha mina preciosa
Meu império, feliz
De quem penetre o teu mistério
Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão
Me selo gravo
Nudez total
Todo prazer provém do corpo
Como a alma em seu corpo
Sem vestes, como encadernação cristosa
Feita para iletrados
A mulher se enfeita,
Mas ela é um livro místico
E somente a alguns a que tal graça
Se consente é dado lê-la.
Eu sou um que sabe.
Adentre atrás, na frente,
Em cima, em baixo, entre
Minha América
Minha terra a vista
Reino de paz se um homem
Só a conquista
Minha mina preciosa
Meu império, feliz
De quem penetre o teu mistério
Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão
Me selo gravo
Nudez total
Todo prazer provém do corpo
Como a alma em seu corpo
Sem vestes, como encadernação cristosa
Feita para iletrados
A mulher se enfeita,
Mas ela é um livro místico
E somente a alguns a que tal graça
Se consente é dado lê-la.
Eu sou um que sabe.