INERENTE METADE

Havia muito de mim em você,

em cada palavra, no ato dos gestos

e na condição do pensamento...

Havia a minha flor no teu jardim,

carregada de perfume, colorida de esperanças!

Havia também...

um coração apaixonado,

sentindo o pulsar do teu Eu, numa energia triunfal.

Até que um dia... em pleno inverno,

não mais você habitou o meu olhar...

e eu notei que somente o meu amor,

aprendeu a soletrar a palavra real.

A principio fiquei perdida,

um rio sem mar, um deserto sem oásis, uma rua sem saída...

mas no sussurro do Universo, foi o rumo da poesia,

que trouxe-me... de volta à vida.

Então, o silêncio surgiu no vácuo da imaginação,

modelando saudades, germinadas nas faces dos sonhos...

veio integrando as minúcias da alma,

paralisando desejos, entre ânsias inúteis...

e a procura por você meu amor, ganhou outro rumo.

E tudo isso, para que a sabedoria preenchesse de ânimo

a vastidão de minhas águas...

e iluminasse as paisagens do meu mundo!

Agora eu tenho certeza,

que o infinito renovará a nossa unidade.

Porque tu és a melhor parte de mim,

assim como eu sou tua: Inerente Metade.

Fim desta, C. Santos.

Akeza
Enviado por Akeza em 11/06/2007
Reeditado em 11/06/2007
Código do texto: T521818
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