Quando duas pessoas se amam e resolvem construir um relacionamento. Essa construção ao mesmo tempo em que é entusiasmada, tem pressa. Transparente, faz o que pode para ser sólida, duradoura, harmoniosa, democrática. Ao passar dos anos, naturalmente vêm os êxitos e as crises, as conquistas são confrontadas pelos cansaços, pelos “não quereres” e segredos, então, inevitavelmente, vêm às reformas, as flexibilidades, as novas necessidades, não é que o amor tenha diminuído, pelo contrário, ele aumentou. Se assim não fosse seria incogitável a simetria dos verbos manter e namorar. O que acontece é que as renúncias são maiores, o custo da manutenção é mais caro que o primeiro custo inicial da obra e suas pequenas e médias reformas de emergência, não se discutem mudar de terreno, nem tampouco apagar ou distorcer as memórias, mas demolir o que foi construído às pressas e reformado por necessidade, para reconstruir com maturidade e reformar com sabedoria e entusiasmo.