Cidades
Cada um constrói dentro de si
um mundo particularmente cinza ou colorido
cada um tem um rio de lágrimas
supermercados abarrotados de sorrisos, dores, olhares
e lá cada um compra o que lhe cabe
e o meu céu é pintado de forma tão diferente e intensa
não é o céu que você vê
por que cabe a quem enxerga crer
Cada um constrói dentro de si
um grande lixão
onde guarda suas mágoas
deposita suas queixas
e assim crescem os muros
nasce o individualismo
do individuo da primeira pessoa do singular
e assim árvores, mares e lojas
se misturam
e o que vejo logo a minha frente
um poço seco
como decoração
onde eu sei
é o meu coração