NUNCA, JAMAIS ZOMBEI DE TI

                                                                  Para...



 
     Nunca, jamais zombei de ti. Por te levar a sério sempre, desde sempre, acabei por colocar em risco mortal todas as estruturas da minha vida (e nunca te acusei disso).
     Se naqueles longínquos tempos do início me tivesses pedido que eu te esperasse, eu teria te esperado para sempre, como acabou por acontecer, mesmo que por tortuosíssimos meandros. No momento, porém, há tão poucos anos quando, a teu convite, fui à tua casa, e lá recebida como o fui, por todos, e convidada a voltar, ouvi que seria sempre bem-vinda, naquele momento todas as impossibilidades de realização "objetiva" foram seladas: não sou mulher para traições de tal quilate; não o sou, mesmo.   
     Por te levar a sério sempre, desde sempre, vivo eternamente no limite, sempre no risco iminente de perder de vez a sanidade... Nunca, jamais zombei de ti, jamais; eu o juro pela memória sagrada do meu bem-amado pai.