Amor, link da vida
O amor é o dom maior, sempre decantado por todos os lados, embora, embriagado na mente dos entediados. Fluído nas poesias, cantado pelos cantos da casa, marejado nos mares de calmaria e nas restingas amoitado, nas marmorarias de requintadas esculturas esquadrejado, nas masmorras torturado, elevado no elevador do prédio ao lado, pelo tédio já amarfanhado a elevar a dor desse amor regenerado, amor da desventura na traição da libidinosa tradição, amor esculturado no coração endêmico de muitos acadêmicos, amor epidemia do jovem estudante, amor lancinante aplacado nos velhos amantes. Quem tem a compreensão deste amor tão infante ao rever seus dias passados em torno da sabedoria de seres alados e triunfantes. Invisível, dominante, decantado nas bocas de delirantes cantores, gritado pelos alto-falantes, ditado pelas bocas eruditas. Que amor tão estranho, arrazoado desde antanho, lá pros lados palestinos, facheando a Faixa de Gaza dos desgraçados. Palestinos morrem meninos pelo amor clandestino a lhe roubar todo o destino. Foi justamente da Faixa aonde andarilhou Jesus Maomé Menino a espargir a alegria do amor encantado. Amor difícil de ser decifrado, cifrado pelo malefício do desejo desregrado. A religião ensina a amar, amargando o dissabor de ser atribulado. E por ela também a morte assassina, assassina muita gente inocente, coitada. Homem bomba a bombardear em nome de Deus, será mesmo esse o ensinamento que Deus lho deu?
Por que o amor incondicional está metido numa mentira tão banal?
Há milênios o homem perdeu a consciência de amar.
Porém, há muitos que procuram entendê-lo pela maneira mais simples que é a do bom-senso.
Simplesmente não fazer ao próximo aquilo que não se quer para si.
Ame singelamente, sem esperar absolutamente nada em troca.
Ame, se for capaz.