É amor até deixar de ser
Mas o amor tem sim prazo de validade, ainda que não tenha data de fabricação. Quando a gente percebe já tá amando, assim mesmo, sem dar permissão. E vivemos momentos tão felizes que chegamos a desacreditar que um dia tudo será apenas lembrança, uma simples lembrança acumulada na caixinha das saudades. Aí quando a gente menos espera, a pessoa vem e te machuca de tal forma que estremece esse sentimento que se atreveu a existir. Depois você vai lá, junta os pedaços, põe um curativo e finge que tá inteiro de novo. Veste a melhor roupa, coloca o melhor sorriso - aquele sorriso que estava esquecido na gaveta - e sai pra ser feliz. E começa tudo outra vez. Primeiro vem o amor, acompanhado de toda aquela futura tristeza disfarçada de felicidade; e quando você menos espera lá está sozinho tendo que se consertar de novo. Mas vamos combinar que não há amor que resista a tantas idas e voltas. Não há amor que disfarce tão bem as cicatrizes de um coração machucado. E não amor que não se acabe! E você jura pra si mesmo que nunca mais volta a amar. Até que surge alguém que te faz criar a doce ideia de que será diferente. E você se joga, mergulha e acredita, até o dia que te provam o contrário. Mas quer saber, não há nada melhor que amar e poder sorrir sem motivo feito louco, mesmo sabendo que os dias são contados. E sabe o que é ainda melhor? Saber que não importa quantas vezes partiram o seu coração, você vai sempre conseguir concertá-lo; e não importa quantas vezes você já amou, você será sempre capaz de amar outra vez. E outra vez. E outra vez.
“Sem essa de ‘pra sempre’, é amor até deixar de ser.”