O Último dos Sentidos

O amor é a mais bela e suave melodia que se pode ouvir neste mundo. Tem o aroma mais inebriante e mágico que se pode perceber, o gosto mais marcante e indecifrável, que só faz instigar o apetite crescente. Possibilita as mais suaves carícias, perceptíveis muito além da pele, e se consubstancia em visões fantásticas, estonteantes e inspiradoras de paisagens sublimes, enquanto dádiva conferida aos que olham para além das janelas das almas. O amor, por si só, talvez conjugue todos os sentidos.

A pele arrepia, pede, convida; a boca se põe a salivar, como se também incentivada por verdadeira fome estivesse; as pupilas dilatam com frequência em meio a uma superfície que lacrimeja espontaneamente; o nariz fica deveras sensível e percebe pelo ar a presença alheia; os tímpanos vibram em harmonia, mesmo quando é o silêncio ininterrupto que paira e engole as redondezas.

Emanando dos sentidos como força resultante, a indescritível sensação de amar, consolo dos enclausurados na mortalidade, constitui muito provavelmente a manifestação mais autêntica de tudo o que poderia representar o último e mais aprimorado dos sentidos. E é aí que outro órgão entra em cena, manifestando-se involuntariamente no lado esquerdo do peito.

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