A ALMA DO HOMEM
O Rio é água!
É vida!
É a jornada!
É a corrida em busca de si mesmo.
O Rio é a essência!
O Rio desce, corre e se renova.
O Rio não é estranho, nem covarde, nem herói...
“Nasce e morre” do mesmo jeito;
O Rio nasce no morro e morre no mar.
Estranho é o homem!
Que nasce e morre diferente em qualquer lugar!
O Homem enquanto matéria é uma ilusão.
O Rio é realidade...
Tanto um como o outro, se desloca do nível mais alto
para o mais baixo;
Qual o propósito...?
Do Rio...
Refrescar, saciar, fertilizar, renovar...
O Rio não toma, não mata, não assassina... Sempre dá...
Do Homem...
Se suicidar!...
Nunca renovar...
Não constrói...
Não sacia...
Não refresca.
Sempre toma, mesmo quando dá...
O Rio não tem orgulho, vaidade, ganância, egoísmo.
O Rio grande sabe que é grande por causa dos afluentes,
e agradece em forma de vida.
O Homem acha-se grande porque mata o "pequeno"...
Tanto um como o outro já nasce sabendo o destino final.
A alma do Rio é a água.
A alma do Homem é o Espírito.
Quando o Rio perde a sua alma, vira pó. Deixa de ser Rio.
Quando o Homem perde a sua alma, também vira pó.
Deixa de ser um homem.
A alma do Rio corre para o Mar.
O Espírito do Homem para o Céu.
A alma do Rio chega ao seu lugar...
A do Homem nem sempre...
A alma do Rio se purifica transpondo pedras e areias.
O Espírito do Homem também se purifica
após passar pelas intempéries que o destino selecionou.
O Homem diferentemente do Rio
não tem consciência do seu destino.
Então, aturdido grita...:
Ó Deus! Todo poderoso! Responda-me, por favor...
Qual é o meu papel neste mundo...?
Por que vivo em meio à dor...?
Por que vivo neste mundo sem saber onde estou...?
Quem sou, de onde vim e para onde vou...?
Ó, Pai! Por que não sou como o Rio...?
Que nasce e morre consciente?
Ó, Senhor! Pai de todos...
Tenha piedade deste ser que agoniza miseravelmente...!
Nesta hora errada, ajude-me a achar o caminho da verdade.
Não tenho nem forças para procura-lo!