Já vi o déjà vu vir

Já vi o pobre enriquecer, amadurecer até apodrecer e se esborrachar ao solo fértil sem dinheiro, e do dolo ser fútil companheiro. Vi o castelo ruir ao ser atacado por bombardeio, fazendo o seu inimigo morrer de rir por inteiro. Já vi o arco-íris enrubescer de vergonha ao pousar em seu rio poluído. Já vi o homem extremamente envaidecido por apunhalar por de trás o seu eleitor ao eleger o seu adorado partido, como o verdugo pútrido e corrompido, pseudoamigo, e bem por isso batizado de partido, porém, rachado como o frágil vidro ao ser mal conduzido. Já vi o amor ser dividido, não no sentido de repartido, e sim como ódio confundido. Já vi o meu irmão, literalmente de fome sucumbido. Já vi o ladrão em latrocínio morrer perdido, de fulminante ataque acometido, pela televisão, e sentir o apagão de sua maldição. Já me vi em entreveros de minha própria ilusão, sem ainda apreender o aprendizado da real reparação, pois, ainda carrego comigo o argueiro na visão mal resolvida de emoção. Já pequei o pecado sem querer fazê-lo idealizado. Já me vi feliz azarado, porém, em seguida atazanado ao cauterizar em minha mente o meu pecado. Já me fiz crente de fé, totalmente baralhado, sem nada entender, apesar de milagres recebidos. Já vi milagre acontecer em muitas greis, vi também o ateu recrudescer. Vi milagre descer do céu ao chão e passar pelas mãos do santo cirurgião. Já vi mais; já vi a ciência crer nos milagres advindos de Deus, após diagnosticar o estado terminal de seu paciente o qual creu pacientemente até receber de Deus a celestial unção. Já vi além, muito além do próprio bem, pois, vi o ateu receber milagre sem reconhecer essa bênção pela falta de ideal. Sou vassalo sem religião, mas tenho o meu divino halo de amor incondicional, e com certeza, o meu regalo está no amor fraternal, independentemente de céus, de infernos e de outros tais, para não perder o embalo...

Assim simplesmente falo, como gente indigente: Ame sem existir, meu velho rapaz, se disso você for capaz.

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Amor incondicional.