O MAR E A ILHA: UMA HISTÓRIA DE AMOR
Benditas sejam as brisas que lhe trouxeram até minha estrada. Bendito seja a linha da escritura onde nosso caminho foi traçado e entrelaçado.
Aqui, tão meia-pessoa, hoje faço-me inteira. Essa parte que faltava, que não se ajustava, caiu de paraquedas embrulhada em papel de presente. Surpresa!
Os pingos de chuva, puras lágrimas de emoção ao presenciar o espetáculo de nosso primeiro beijo, cena com direito a vasta plateia. Com breve investigação obtive parecer: as jabuticabas maduras de seus olhos exploram cada centímetro do meu corpo, apenas para combinar com as maçãs de seu rosto; estes lábios, tom de rosa forte, ao encontrar os meus ganham sabor: gosto de quero mais.
Que culpa tenho se meu coração dança samba cada vez que te vê? A fusão de nossos nomes é capaz de formar paisagem, deve ser o abrigo das borboletas do meu estômago.
Posso lhe chamar de eu? Nunca encontrei alguém tão eu, quanto eu mesma. Arrisco dizer que não somos dois, mas apenas um.
A saudade fere fundo, rasga o peito e me maltrata. Sentiste o cheiro do sangue, o cheiro da falta? A distância por vezes nos pega em suas mãos, mas a sintonia de nossos elos nada, nem ninguém separa.
Gritarei ao mundo e por isso lhe direi baixinho em seu ouvido, meu mundo, está aqui, humildemente, sua pequena lhe declarando que te ama.