Verdade sobre o dia das Mães.

Nasci com um jeitinho, insistente e teimoso.

Por aqui não me queriam, fui tomando espaço bem discreta e sorrateira.

Não deixei de brincar só por naõ ter brinquedos.

Apanhava tanto o que já nem doía na pele.

As marcas iam direto para alma.

Não sabia mas era a forma que a vida me preparava.

Encontrei pouco colo.

Pouco afeto.

E quase nada de proteção

Foi assim que conheci a maternidade.

Ai... cresci.

Os calos da infância me deixaram forte.

A grande teimosia foi meu primeiro elo

Decidi ser mãe diferente.

Durante uma surra aos meados dos nove anos, entre lágrimas, gritos, humilhações e injustiça. A dor chegou ao limite, nem a alma era capaz de entender tanta violência.

Parei de chorar, apanhei ainda mais.

Quando a tortura terminou, o motivo regurgitado, um copo quebrado.

Meus pensamentos já eram claros, enxugando as lágrimas, limpando o sangue, jurei que teria uma filha e que nunca repetiria o que fui obrigada a viver.

E assim veio Larissa...

Errei, tropecei e nunca desisti.

Quando acreditei que era essa minha tarefa, veio Pedro.

Contínuo o amor insistiu em me dizer que nasci filha, já treinando para ser mãe!

Tarefa complicada e muitas vezes me confesso fraca.

Troco a fraqueza pela admiração, penso mas mães que lutaram por essa realidade e são mães primeiro no coração antes da barriga.

Sendo mãe aprendi que bater também dói, e a agressão verbal ou física é o completo declarar de fracasso.

Quando gritamos, fracassamos no direito de sermos ouvidas.

Quando agredimos, fracassamos no diálogo, no respeito e no exemplo.

Quando moralmente destruímos nossos filhos, perdemos a aliança.

Sem melhores palavras:

Mãe, não dói mais.