Meu Papai!
Por: Egídio Garcia Coelho
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Meu Papai!
Nem sei como começar...
Falar das vezes em que desobedeci tuas ordens, me levaria a escrever inúmeras páginas.
Das vezes em que acabei apanhando, teria que lembrar e reviver as desagradáveis ladainhas de palavrões que em silêncio eu pronunciava como vingança pelas marcas da sinta que até hoje choro quanto lembro também das tantas vezes que já me pediste perdão. Nem sabes o quanto sou grato pelo resultado alcançado como fruto da tua educação. Minha dificuldade maior agora é enxergar o monitor, já que com o teclado tenho alguma afinidade.
Mesmo sozinho escrevendo tento disfarçar a emoção que sinto ao reviver tantos momentos agradáveis que na graça de Deus vivemos juntos.
Lembro quando numa pescaria lá na lagoinha, uma curva do rio velho da fazenda, acabasse por tirar proveito da minha inocente disposição de mexer nas minhocas e na posição de mais velho, naturalmente o teu anzol foi iscado primeiro. Até hoje não sei se naquele momento você foi egoísta, ou se foi gentil em aceitar minha disposição de ser prestativo com o papai. O que lembro é que demonstrou também não ter muita disposição de tirar o peixe do anzol, logo que pegou o primeiro peixe antes que eu terminasse de iscar o meu anzol. Na minha tamanha euforia ao ver o peixinho pulando, fui logo deixando de lado o meu anzol e me atraquei, liberando o teu anzol, após dar uma ligeira ajeitada na tua isca, ficando na incumbência de pendurar o troféu em um cipó para levá-lo pra casa. Antes mesmo de pensar em retomar o meu anzol, lá vem outro peixe um pouco maior, sendo trazido já na minha direção, iniciando-se uma rotina acelerada de iscar, tirar peixe do anzol, arrumar a isca quando sobrava e por aí a fora... E para encurtar a história, quero dizer que depois de já ter pendurado pelas guelras alguns metros de peixes, sempre no mesmo ritmo em meio à empolgação sem ter tido tempo de iscar o meu anzol, me surpreendeste, entregando-me o teu anzol para que eu tivesse então oportunidade de pescar também. Só não esqueço de que após ter pegado três míseras carazinhas, tendo eu mesmo que tirá-los do anzol e também arrumado minha isca, vieste com uma esfarrapada explicação de que tínhamos que parar devido a grande quantidade pescada que levaria muito tempo pra limpar e também não tínhamos geladeira pra guardar.
História típica de pescador que preciso registrar enquanto ainda o tenho comigo para dar teu testemunho, já que não me deixarias passar por mentiroso, deixando assim para o mundo julgar nossa cumplicidade. Mas, que foi verdade! Ah isso foi!!!!
O que eu queria na verdade no dia de hoje era te prestar minha homenagem, mas saiba que de uns tempos pra cá, principalmente agora, já com meu quase meio século de existência, todos os dias tenho tido motivos pra te homenagear, pois sempre que faço minhas orações dirigindo-me ao Pai Divino, tua imagem está presente e sempre numa vigília que demonstra tua forte devoção para com teu Jesus pedindo pelos teus filhos que nem sempre correspondem as tuas expectativas, sendo eu um deles.
Meu querido Papai!
Encontrar palavras para descrever minha tamanha consideração e respeito por Ti e tudo que nos Tens feito, não é tarefa fácil e nem vou me estender muito, mesmo porque, antes de escrever algo com tamanha equivalência, minha estrutura não suportaria pela forte emoção que de mim toma conta, levando-me aos prantos a chorar de felicidade por ter ainda o privilégio de estar contigo nessa existência e poder pelo menos aos teus pés, dizer que MUITO TE AMO, pedindo a tua BÊNÇÂO...
14 de agosto de 2005.
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