Tempo
De repente sinto a brisa do mar
ouço o barulho das ondas
vejo as gaivotas como sombras ao sol
pessoas passando
crianças correndo pela areia
sinto-me invisível, pois essas pessoas não me vêem
mas isso é irrelevante, pois também não desejo vê-las
nem sei como cheguei aqui, nem onde estava antes
mas isso não importa, nada mais importa
tempos atrás, fiz um acordo com alguém...
disse que quando o destino me levasse
eu a esperaria neste local até o reencontro de nossas almas
mas o destino não quis pactuar com isso
ao invés da dor da espera, fiquei com a dor da perda
diz um ditado que o tempo cura tudo
não concordo com isto enquanto meu tempo aqui não acabar
outro ditado diz que devemos sempre seguir em frente
não concordo outra vez, pois o rumo me foi tirado
nada nem ninguém no mundo importava além dela
agora nada mais importa...
sobraram apenas eu, o tempo e a dor.
dor essa que queima o corpo e a alma
dor que já foi tristeza, tristeza que já foi fúria
furia tão grande que seria capaz de partir esse planeta ao meio
mas agora só me resta a espera...
espera pelo tempo que o destino me reserva
espera angustiante para reencontrá-la
espera para saber que você me valeu mais que a vida...