Tempo

De repente sinto a brisa do mar

ouço o barulho das ondas

vejo as gaivotas como sombras ao sol

pessoas passando

crianças correndo pela areia

sinto-me invisível, pois essas pessoas não me vêem

mas isso é irrelevante, pois também não desejo vê-las

nem sei como cheguei aqui, nem onde estava antes

mas isso não importa, nada mais importa

tempos atrás, fiz um acordo com alguém...

disse que quando o destino me levasse

eu a esperaria neste local até o reencontro de nossas almas

mas o destino não quis pactuar com isso

ao invés da dor da espera, fiquei com a dor da perda

diz um ditado que o tempo cura tudo

não concordo com isto enquanto meu tempo aqui não acabar

outro ditado diz que devemos sempre seguir em frente

não concordo outra vez, pois o rumo me foi tirado

nada nem ninguém no mundo importava além dela

agora nada mais importa...

sobraram apenas eu, o tempo e a dor.

dor essa que queima o corpo e a alma

dor que já foi tristeza, tristeza que já foi fúria

furia tão grande que seria capaz de partir esse planeta ao meio

mas agora só me resta a espera...

espera pelo tempo que o destino me reserva

espera angustiante para reencontrá-la

espera para saber que você me valeu mais que a vida...

Valeria Santos
Enviado por Valeria Santos em 21/03/2007
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