Fetiche de viver
Fetiche que em mim persiste a viver aqui.
A libido de um ser vivido, porém, inibido.
Enamorado da vida, neste jardim florido.
Som colorido, desafinando lindo colibri.
A sabedoria da vida está no amor querido,
requerido a Deus, no mais profundo sentido,
até sentir-se abduzido sem estar empedernido.
Ser joão-ninguém, celebridade, ser conhecido
aquém do mundo do além, ou ser assistido
por alguém ignorante, ou até esclarecido.
Pouco importa ser magnata, biliardário inato,
indígena-indigente, impregnado ao fundo mata.
Morar num iglu gélido, gostar de saudosa serenata,
ser anjo sideral, ou arcanjo a repousar sobre o jornal.
O meu lugar é aqui, entre o mau solfejo do bem-te-vi
o qual acaba de me dizer que me viu, ali do quintal.
Amor; energética partícula invasora, entre o bem
e o irracional, sabedoria incondicional, além
do juízo racional. Eis aqui o seu croqui.
Amor... Ensina-me a amar...