Nostalgia
A palavra nostalgia sempre me tocou muito. Na minha infância para adolescência eu costumava ler alguns romances, principalmente os de Erico Veríssimo e sempre em algum capítulo tinha uma passagem que um personagem vivia um pouco de nostalgia, de doces lembranças e àquilo me tocava.
Eu jamais poderia imaginar ao “devorar” um capítulo daqueles, que um dia eu seria alguém a viver de uma saudade, de uma nostalgia, nostalgia na verdadeira concepção da palavra.
A nostalgia na verdade é um “privilégio” de poucos, porque ela se manifesta mais num coração romântico, numa alma sensível, naqueles que tem a alma sonhadora, que sonha lindos sonhos de amor e pessoas assim, são privilegiadas. No meu entendimento, somente pessoas assim, são capazes de compreender e viver verdadeiramente as coisas do coração, o amor verdadeiro.
Ela nos toca de um jeito diferente, é marcada por sentimentos de ternura, carinho, pureza, inocência, ingenuidade, amor puro, vividos num tempo que se foi...em nosso coração, em nossa alma, sempre estaremos a cultivar esse sentimento que é um alento para quem os tem, embora é também machuca pra caramba. Mas a gente não abre mão dele por nada.
Então, hoje cá estou eu a viver essa DOCE nostalgia que é você...
Me embalo nesse sentimento e vou passando as páginas do tempo...cada página tem sua história, tem sua delicadeza, tem uma pouco de vc. E todas elas, são sempre revestidas de ternura, de carinho, de inocência, de encanto.
O teu olhar, o teu sorriso, o teu jeito, a tua voz, as tuas vestes, o teu chinelo, a tua sandália, os teus cabelos sedosos, tudo isso, estão retratados de um jeito carinhoso e terno em cada página.
A gente nunca se tocou...não é??mas o carinho, a ternura, a confiança entre a gente nos dava a certeza de que estávamos no coração do outro, na nossa alma, um sentimento sublime crescia a cada instante, acalentando o nosso coração, ultrapassando até mesmo a nossa compreensão.
Ao dormir na tua cama e sentir o teu cheiro, eu tive a certeza de que o amor entre a gente era muito mais lindo, muito mais especial, do que eu podia imaginar...foi uma noite de deleite, pois estava no teu cantinho, mas também foi de dor, porque a saudade batia forte...Até hoje ainda sinto, àquele aroma do teu travesseiro com o teu cheiro...nossa, quanta ternura, quanto carinho, estava ali...eu querida trancafiar tudo àquilo na minha alma, para guardar como lembrança...Olha, foi muito doído porque a saudade judiava, mas também foi muito lindo, palavras não são suficientes para expressar tamanha grandeza.
Continuo a passar as páginas e acabo me surpreendendo, lá se vão mais de três décadas...e a gente tão vivos e tão presentes nos pensamentos, na alma, no coração, nos dias do outro.