Troco um falso amor por vida... (Classificados)
Ando pensando em nós. Naquilo que poderíamos ser e tudo o que deixamos passar. De fato, não nascemos um para o outro tamanha a estreiteza da vida... temos tudo, um nada à nossa frente para enchermos de sonhos e estrelas... nossos olhares de esperança e indelicadezas... somos antes de tudo irmãos que não deveriam ter se esbarrado pelo caminho deste destino incomum... nas curvas, nos tapetes bem desenhados das estradas sinuosas, numa andança tão pouco explicável. Ter você é não ter o óbvio para sobreviver a cada instante... teu amor não existe, assim como meus sonhos juvenis já deixaram de florescer há algum tempo... tenho pressa de viver e tuas mãos me barram para a glória de todos os dias... me faz mal ver, a cada segundo, que este cinismo em teus olhos carregam a minha culpa por amar-te demais... é como amar o vazio substancial das noites, em que horas tem-se a luz da lua entre as frestas da janela, noutras, vagas, a escuridão de todas as almas... amar-te é o pecado maior de existir... a culpa que guardo secreta, vergonhosa... a arte da não passar para o papel uma nota sequer de prazer, senão estas linhas mornas e amenas... mas eu desejo a explosão das horas... uma paixão voraz e viva como sangue... tudo o que você já não pode me oferecer, tudo o que deixamos para trás em tão pouco tempo... quero um amor daqueles sagrados e profanos... uma história inesquecível e derradeira, para coroar minha existência e minhas preces... troco seu amor de botequim por uma estrela cadente que me traga vida novamente!