COMO ETERNOS NAMORADOS
Onde foi mesmo, que vocês se viram pela primeira vez? Ainda se lembram? O lugar onde, pela primeira vez, comeram uma pizza ou tomaram um sorvete juntos? O primeiro beijo. Ah, o primeiro beijo. No cinema, no portão de casa, num acampamento... Enfim, não importa. O primeiro beijo é sempre o primeiro beijo. Lembram que depois dele, ao chegar, cada um à sua casa, a cena registrada projetou o filme gravado na memória, ao longo de toda aquela noite e, ainda, perseguiu vocês no sonho? Recordam que ao despertar no dia seguinte, pararam por alguns instantes, sentados na cama, para ver e sentir se de fato, tudo era real? Foi tão bom conhecer um ao outro, poder abraçar, sentir que ele era seu e que ela agora, lhe pertencia. Sim, era apenas o início do namoro, mas, havia um clima especial que cercava os dois. Havia ali, um sentido de pertencer que lhes fazia tão bem. Ao longo de toda aquela primeira semana, ao pensar na pessoa amada, o coração só faltava explodir dentro do peito, de tanta alegria e emoção. O sorriso estava lá estampado no rosto e vocês. Tal como registrara o autor de Provérbios dizendo, "O coração alegre aformoseia o rosto"(Pv 15.13). Ambos era prova viva dessa verdade bíblica. Naqueles primeiros dias, o único que parecia ser o inimigo de vocês, com certeza, era o relógio. Ah, cruel marcador de tempo, distanciador dos apaixonados e insistente atrasador de encontros daqueles que se amam e estão loucos por novos e eternos pequenos momentos juntos, outra vez, mais uma vez, de novo e, quem dera, sempre. Amigo inseparável dele e muito mais dela, era o espelho. Aliás, o espelho passou a ser uma espécie de conselheiro – Essa blusa não. Poe a outra. Isso. Agora, tira esse sapato e coloca aquela sandália. Pronto. Ajeita o cabelo. Isso. Está linda. Ele vai amar. Vai e arrasa - Enquanto isso, ele, na outra casa, com menos ouvidos para conselhos do amigo espelho, sabe que não dá para rejeitar, em momentos tão sublimes como esses, pelo menos, a opinião dele. Vai pra lá, vem pra cá. Ajeita o cabelo daqui e de lá... Discretamente, o espelho lhe dá um sinal de positivo e ele, se sente um gato. Esfrega as mãos... Dá um rodopio em volta de si mesmo e vai ao encontro da felicidade. A cada encontro, como eram longas as conversas. Como vocês tinham assuntos para conversar o dia inteiro e parte da noite? E mais, quando chegavam em casa, ligavam um para o outro dizendo: “Já to com saudade de você”. E ali, deitados cada um em sua cama, conversavam mais umas duas ou três horas, coisas que não haviam sido ditas e que precisam ser declaradas. Esses quadros são apenas, alguns momentos rememoráveis que nunca deviam ser apagados da lembrança, depois que a gente casa. Aliás, deveriam nos inspirar, nos incentivar, nos fazer refletir e repetir a dose, ainda que vez por outra. São pedras preciosas que abandonamos em nosso passado e que precisam ser resgatas para valorizarem o nosso presente. São cenas que precisam ser eternizadas na vida de maridos e esposas que almejam envelhecerem juntos, como eternos namorados.