AO MEU AMIGO SEM SONHOS

NO INÍCIO DA MADRUGADA DE 18 DE JANEIRO DE 2013

Ao meu amigo que já não sabe sonhar, que me dá e a todos o testemunho dos sonhos irremediavelmente mortos em sua alma, ao meu amigo de outros espaços e mundos só consigo oferecer o meu olhar, como o ser de “Romaria”, do Renato Teixeira que, “por não saber rezar, só queria mostrar seu olhar à Senhora de Aparecida”.

Isto é só o que ainda posso e ouso: mostrar, oferecer meu olhar, o meu triste olhar, o meu olhar de todas as impotências feito, o meu olhar de compreensão, partilha e que sabe das razões de tais dores, o meu olhar ao meu triste amigo, que se perdeu dele e de nós dois. O meu olhar já sem vez... o meu olhar já sem voz, mas, ainda o meu olhar, o olhar que o meu amigo um dia conheceu e que já não reconhece mais.

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