SOB A LUZ DA LUA
Sentado sob a luz do luar
madrugada adentro
enfrento
o caos que reina lá dentro
do meu coração,
o silêncio da sua ausência
bate forte no peito, sangra,
seca, racha como o chão do sertão;
Há muito venho andando por aí
muitas vezes sem plumo
equilibrando-me no fio da vida,
já cambaleei sem rumo,
tropecei na fina linha sofrida
da lúcida loucura,
busquei os motivos dos fatos,
o porquê de tanta amargura,
confusos atos,
medos e receios,
porém não encontrei resposta,
viraram-me a costa,
não liguei porque sei
há muito venho andando por aí;
Até que um raio de luz
embrenhou-se pela fresta
do meu hermético mundo,
rompeu o cadeado da emoção,
o fogo do amor flamejou em festa;
Esse amor me fez bem,
pensei: tenho alguém!
E é do bem também,
mas não sei...
nunca vem,
sempre foge mais além,
não me provem,
não sei o que tem;
Então
fechar os olhos na paz,
e não sonhar mais...
02/03/07
ANDRADE JORGE