PROFUSÃO DO CENTRO

Cada um alimenta o que mais caminha na essência. Seja amor, ódio, mágoa ou o ardente desejo de ser feliz. Muitos pensam sem avaliar o que sonda a imaginação, já outros... são guiados pelo sagrado e convertidos em esteios de uma grande camada de pessoas. Existem ainda os que, trabalham seus espíritos, de maneira a desenvolver elos que efetuem uma escala pra eternidade.

E o mundo penetra sorrateiramente em mentes e tenta de diversas formas ganhar, vidas.

Muitos são os que seguem o mundo, desvirtuam famílias e rejeitam os mais necessitados. Andam estimulando razões para manipular e desviar os que sobre o caminho do amor, sobrepujam as dificuldades e voam livres por entre espaços de paz.

Grande é a batalha dos que são perseguidos. Recebem críticas destrutivas, falta-lhes a credibilidade e são tidos como os “bobos da corte”.

Quantas vezes falaram-me que, eu vivia de sonhos e que absorver o amor é coisa de loucos e tolos, bobagem de pobre. Que para pertencer a uma classe elevada, eu deveria apagar da mente meus caminhos de coração, abandonar minhas raízes e correr atrás do sucesso do jeito que somente o mundo apresenta em suas classificações e teorias.

Porém, quase conseguiram inverter meus valores. Fui tentada muitas vezes, mas o meu coração teimava em me dizer: Não seja igual e nem apague essa chama do peito. Você é você sendo quem é e não o que os outros querem que você seja.

Até hoje, enfrento dificuldades com pessoas. É difícil convencer a sociedade a se desarmar da aparência e abraçar de olhos fechados à existência. Quando paro pra pensar, observo que preciso ser forte para continuar onde estou sendo quem sou.

A maioria mede a capacidade do ser, pelo que ele aparenta e não pelo que é. Olham as vestimentas, a comunicação usada, o cabelo, os pés, as unhas... inclusive visualiza também, os acessórios. Se estes estiverem de acordo com o que eles acreditam, você passou no teste drive. Se não for desse jeito, a reprovação é total e se te aceitarem é somente porque, necessitam de algo que só você pode dar.

Muita crueldade anda solta por aí. A palavra discriminação já começa na família. Pais que selecionam filhos e irmãos que escolhem quem poderá ser mais unido e quem irá ficar a parte.

Maridos que cobram de suas esposas melhor comportamento, sem sequer dar exemplo ou dirigir-se a elas com amor. E isso ocorre até na vizinhança e principalmente na religião.

Igrejas que somente apoiam pessoas de seu clero e ordens que também se mantém dentro de si mesmo sem prestar serviços a outras ordens.

Tudo isso gera diferenças que somadas formam ilhas sequenciais.

Deus não nos quer separados. Ele não rejeita ninguém por motivo algum.

Quantas vezes, perdemos oportunidades de ouro ou, ferimos na alma alguém por causa de nossa maneira de pensar? Por motivo de querer que as coisas andem como queríamos... Jesus Cristo abraçou e perdoou Maria Madalena. Não viu nela mácula que a afastasse dele. Mas nós somos essa convenção de achados. Nossos olhos vêem pelo nosso coração. E então, partimos para a ignorância, desistindo talvez de quem pudesse nos mostrar estrelas em noite de completa escuridão.

Como somos egoístas? Como podemos ser tão pequeninos?

Um dia... conheci alguém que na primeira impressão me amou, quando soube onde eu residia, me deixou de lado como se eu estivesse sujando sua presença. Outro caso... uma amiga Internauta que sempre me elogiava e conversava direto comigo, quando soube que eu trabalhava como doméstica se afastou de repente e nunca mais retornou como antes. Assim foi com um boné que usei... e me disseram: “você está parecendo mulher de programa. Tenho vergonha de sair com você!”

Como a mente de certas pessoas trabalham contra elas mesmas. E Cristo foi rejeitado, foi crucificado e morto por homens que discriminavam seu jeito simples de ser.

Logo o melhor a fazer é desviar atenção, perdoar e abraçar essas pessoas, porque não sabem o que dizem e em suas mentes a ignorância ainda é tamanha que não desperta sentimentos puros e nada do que falarmos vai mudar o conceito delas. Só mesmo o tempo e os exemplos.

Jesus nem olharia para isso. Apenas abraçaria e tocaria no coração. Porque “só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos” Já nos dizia o pequeno Príncipe de Saint Exupéry.

Também, Cristo veio para os necessitados.

Fim desta, Cristina Maria O. S. S. – Akeza.

Akeza
Enviado por Akeza em 06/10/2012
Reeditado em 06/10/2012
Código do texto: T3919363
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