Um Minuto e Nada Mais

Queria poder fechar meus olhos por apenas um minuto. E nesse minuto esquecer tudo isso que me aflige. Essa solidão que já machuca, fere fundo. E dói. E faz com que as indesejadas lágrimas caiam. Ardam. Salguem a boca. Apertem e sufoquem o coração, dilacerem a alma. Façam de mim um prisioneiro do medo. Esse medo sem fim de não mais voltar a viver tudo aquilo que um dia me fez bem. Que faz com que eu pense em todos que já passaram. E esqueça de me preparar para o que está por vir. Faz com que eu relembre todos os erros, e já não pense nos acertos que virão. Faz de mim um prisioneiro do passado. Sem não mais conseguir suportar o presente. E não aguardar com toda aquela esperança esse futuro que me aguarda. Como pode a falta de amor chegar à esses extremos? Onde já não sabemos o que é bom ou ruim, o que seja certo ou errado. Mas pode ser tão ruim assim esperar por alguém que nos ame? É tão errado querer dessa maneira alguém que nos entenda? É tanto tempo de espera, tantos momentos de angústia, que eu mesmo já não sei. Não sei se tudo de ruim que vivi já foi o suficiente ou se ainda tenho forças pra suportar o que possa ainda acontecer. Já não encontro um motivo que seja pra acreditar que esse sentimento todo ainda vá me fazer algum bem. Já não consigo enxergar em ninguém alguém por quem valha a pena lutar. Lutar? Tem o amor de vir com luta? Com dores? Com dissabores? Creio que não. Resta-me esperar que esses momentos mais uma vez passem, eu redescubra ou reinvente minha força e caminhe. Sem me preocupar tanto com algo que há tanto já se encontra muito distante de mim. Tão distante a ponto de me fazer pensar que não haja tempo suficiente para chegar...