Ah, a amor!
Ah o amor...
Como diria Arnaldo Jabor:
“Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.”
Será? Hoje, a tradução do que é amor esta se perdendo diante de tanto desamor, mentiras, traições, nudez e tudo que acabamos acostumados a ver na sociedade que nós mesmos criamos, uma sociedade onde valores antigos se perderam no tempo... O amor é algo mesmo ridículo, mas não seria amor se assim não fosse, sinto falta de cartas patéticas de amor, com declarações que diziam que se não tivesse o amor, morreria, sinto falta de
Romeu e Julieta, sinto falta do amor de verdade.
“Às vezes acho que nasci na década errada. Tenho princípios que já se perderam e amo coisas que já não se dá mais valor”
Que mulher não gosta que um homem abra a porta do carro, a chame para jantar (jantar de verdade, por que hoje em dia, jantar é ir comer pizza –‘ Por Deus, isso não é romântico) ou então levar flores para ela, sem precisar de uma data especial, comprar-lhe um anel de compromisso, ficar noivos e só depois casar, na igreja, com aquele vestido branco e o homem podemos retirar aquele rosa patética do bolso do paletó né!? A mulher quis dependência, mas ganhou do homem certo desprezo, o corpo de uma mulher era sagrado, algo inatingível, mas hoje, nos deparamos com nudez na tv, na internet, até mesmo nas escolas.
Onde vamos parar? Se o amor não fizer mais sentido, perderemos as famílias tradicionais, o sentindo de um casamento eterno e feliz... ¬¬’ Meu “EU” não consegue aceitar tamanhas mudanças...
Onde está aquele homem que era considerado príncipe? Daqui a alguns anos viveremos em uma orgia constante, se continuarmos achando tudo normal dessa forma. ¬¬’
Não posso terminar sem deixar mais um trecho da crônica de Arnaldo Jabor (Crônica do Amor)
“...Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.”
Arnaldo Jabor