O AMOR
O amor é como uma límpida manhã de sol
primaveril a alegrar os olhos entranhando-se
alma adentro de todo ser cansado de
caminhadas em chão poento.
É como uma centelha, um lampejo que invade
a casa pela mais diminuta fresta da janela ou
do telhado anunciando novo dia e a exigir
passagem para boas novas.
O amor é o reencontro num entardecer do sol
poente num prenúncio de que a noite já vai
chegar a convidar para o repouso revigorante
após tantas labutas.
É o calor do abraço apertado e sorriso
escancarado a assustar solidão, a aquecer o
âmago do ser e do coração que, mesmo
chateado, jamais se cansa de amar.
O amor é o silêncio na madrugada quente,
talvez fria, uma sintonia, a oferecer e a
anunciar nascimento do Novo que
perpetua e promove infinda alegria.
É uma entrega mútua que se completa numa só
alma e quando já não pulsam dois, mais um só
coração que busca o mesmo sentido e o
sentimento de partilha, de amar.
O amor é como a relva simples dos campos.
Nada pede, nada exige. Só age amando,
prossegue cantando e nem se lamenta se
não for amado.
É presente no colorido das flores que
embelezam e dão sentido aos simples
vasos e jardins transformando a vida
em espaços multicores.
O amor é belo e remoçado. A todo o momento
renasce dentro de ti e no interior de mim
quando sempre nos encontramos e
felizes simplesmente somos e ficamos.