A vida e seus amores
Palavras, momentos, recordações. Foi tudo o que sobrou daquela história que marcou. Havia tanto ainda a ser feito. Tanto ainda a ser dito. Tanto ainda a ser ouvido. O tanto que hoje se tornou pouco, perto de tudo o que ainda passo e sinto quando me lembro de nós dois. "Nós" - há quanto tempo se perdeu. Se desfez como o castelo de areia que quando criança tentamos construir. As lembranças, apesar de lindas, ainda são muito dolorosas, teimam em machucar. Quando retornam, vêm com tudo e me deixam sem saber o que fazer, no que pensar, a que recorrer. Como esquecer facilmente o que durante tanto tempo acreditamos ser o que nos faria bem? E de certo modo fez. Até chegar a hora da partida, da despedida. As lágrimas do desengano, do abandono. O adeus! O até nunca mais. A vida dá inúmeras voltas. A sensação que fica depois de tanto tempo, é que a minha parou. Regrediu. Se perdeu. Onde encontrá-la? Onde procurá-la? Onde buscar uma forte razão para reencontrar o que de fato virá para me fazer feliz? Completo? Algo concreto que "apague" essas memórias que teimam em fazer sangrar a alma. Esse coração calejado que já não sabe se poderá sentir novamente o que é amar alguém. Saber o que é ter alguém que de pequenos gestos, faça grandes ações. Os acontecimentos que chegam para ficar e independente do tempo que passe, da intensidade que ocorra, sempre nos pegará de surpresa. Em qual das "esquinas da vida" esse destino, tão teimoso e brincalhão, encontrará com outro para se tornar um único e definitivo caminho? Caminho esse que espero, quando chegar o seu final, possibilite que eu olhe para trás e afirme: "vivi, sofri, chorei, errei, me arrependi; mas amei e fui amado".