Escolhas...
Eu um coração completamente apaixonado
Jamais teria coragem de me achegar diretamente
E falar tudo que tenho pra dizer a você
Mas o destino tem suas artimanhas
E ainda aprontara uma das suas não resta duvidas
Que ironia do acaso me colocar nessas condições
Onde o medo e a duvidas brincam comigo
Encontro-me em uma praça qualquer
Apenas a observar certo alguém sentado
Seus pensamentos parecem estar viajando muito longe
E me pergunto: o que aqueles olhos tão fixos buscam
Nada parece tirar-lhe a atenção
Nem a beleza da fonte que em suas cascatas lhe tiram o fôlego e desviam seu olhar
Sinto seu olhar irem alem do horizonte
Vejo-te sentado em postura ereta às mãos unidas ao colo
Como a esperar algo, mas já na certeza de que não mais vira ao seu encontro.
Assim você permanece por horas sem mexer um músculo
Isso chama minha atenção o que você espera tão incansavelmente
O interesse em saber o que é me instiga a aproximar
Mas algo me avisa que não devo... É o medo
O medo soprando aos meus ouvidos
Agora me encontro dividido em ir até você
Ou me manter no anonimato apenas a te observar
Decido permanecer mais algum tempo em meu refugio
Sua fisionomia é indecifrável a mim
Impedindo-me que no memento tome alguma decisão
Noto suas mãos mexerem nervosamente
Parece-me ansiosa com algo... Mas sua expressão
Por que não correspondem com seus gestos
E seus olhos por que os mantêm distantes
E por que eu estou aqui paralisado
Sinto o meu peito acelerar as mãos tremerem
Os pensamentos entrarem em conflito
O que fazer? Ir até lá ou me esconder?
Eis que de súbito você se levanta
Sinto ar faltar aos meus pulmões
E os pensamentos ainda mais divididos
Então vejo você se afastando de mim
Então penso... Tenho que agir antes que meus olhos te percam na multidão
E eu viva na duvida do meu anonimato inconsequente
Assim saio do meu esconderijo e estaco a sua frente
As palavras atrofiam em minha garganta e nada digo
Nossos olhares se cruzam e é neste instante que descubro
O que tanto aquele olhar buscava ao longe
Com seu jeito discreto soube desde o inicio
Que eu a espreitava, mas sem coragem de me achegar.
Entendi que as mãos ansiosas vistas anteriormente
Era um sinal seu que podia me aproximar
A sua fisionomia indecifrável era seu medo
O medo de eu não te aceitar em alguma razão sua
E seus olhos distantes era sua forma de esconder
Que já me esperava ansiosamente e se perguntar
O porquê não ia teu encontro...
Sem termos palavras para o momento
Apenas demos vazão aos nossos corações
Que há tempos tanto nos pediam que os escutassem
Que ouvissem os sentimentos represados por nosso próprio egoísmo
Escolhas... São elas que te dizem o passo seguinte
As escolhas vêm como presentes em nossas mãos
Só que muitas delas nos esquecemos de abri-las
E acabamos por perder presentes maravilhosos dados pela vida
Hoje aqui nessa praça abri meu presente
Apenas me arrependo de uma coisa
De não tê-lo aberto antes e...
Assim ter desfrutado dele há mais tempo