AUSÊNCIA
Está ventando e parece que vai chover... longe as nuvens cobrem as montanhas... a amendoeira em frente a minha janela dança trêmula... sim, vai chover!!!
Um homem apressado passa ofegante...
tenho uma sensação de vazio achando que já vi uma tarde igual,
Sim! vi uma tarde igual, mas, tudo em mim, era diferente...
Petrificada elevo meus olhos para o céu,
raios reluzentes cortam as nuvens negras... então, chamo por Deus, sinto-me infinitamente um "nada"... detenho-me distraída, seduzida, surpresa, diante da chuva que molha meu rosto pálido
admirada ouço seu marulhar contínuo, cadenciado... respiro a paz e me ponho a pensar em ti.
Penso neste amor misterioso, que de tão tranquilo assemelha-se ao sono de uma criança, outras vezes tão terrível, assombroso como o trovão que ouço agora, me sinto como pássaro solitário conduzido pelo vento forte... abafo meu lamento num suspiro de dor.
Amor, indecifrável amor! que aperta meu coração de tanta saudade... você aí tão longe e eu aqui tão só.