Há uma criança em mim. Há pés descalços soltos nas poças d’água após uma manhã de chuva fina e gelada. Há um menino que ainda gosta de desenhar o sol amarelo com um despachado sorriso de quem nasceu para iluminar o outro. Ele traz nos seus olhos a curiosidade de quem quer enxergar além. Sente ainda o gosto da maçã rubra como o adormecer do dia.
Do dia que volta a existir com o cheiro de café fresquinho passeando pela casa. Vem com ele o ânimo de quem se alimenta da terra e mata a sede na nascente cristalina. Sede que volta a sentir.
É menino confuso. Diz que gosta para depois desgostar. Guarda para logo depois esquecer. Emoldura e depois nem dura.
Esse menino... Essa criança!
Mas, eu deponho ao seu favor.
Sim, ele é incapaz de labutar com questões próprias do amor. Não lida com desenvoltura exemplar sobre a delicadeza dos sentimentos. Perde-se na confusão das palavras ditas e as censuradas. Não é homem ainda... Não tem sua estatura. Não é um varão ainda... Não tem sua envergadura, nem mesmo sua confiança. Não teve tempo de acumular as condições necessárias para desbravar terras de um só dono. Não tem a segurança esperada para se desvelar perante os olhos atentos.
Diriam: Ele é só um menino!
E como tal só diz o que realmente sente. Só ama se for por inteiro. E quando conhece sabe confiar. Faz birra, briga. Faz barulho... Bate o pé para proteger o que sente ser seu. Abre os braços para receber a quem gosta. Fica perto para poder aproveitar o que parece ser eterno, porém sabe que o fim é uma sentença assinada e selada. Canta acalantos para se distrair e o sono chegar. Brinca de se esconder, mas gosta mesmo de se revelar para depois correr pelos morros da cidade; empinando pipa, fazendo festa no céu... Porque, depois que você chegou ele desaprendeu da solidão. Ele já não sabe o que é brincar sozinho.
Vive dentro dele um vento manso, uma tempestade feroz. Rio calmo, mar bravo. Vive o sim e também o não. Vivem lembranças suas pintadas na calmaria de domingo e na bagunça do fim de festa.
Vive! Para não esquecer que ainda gosta, como se fosse a primeira carta, o primeiro encontro, o primeiro beijo... O primeiro tudo.
Imagem / Fonte: photoshoptotal.com.br
Do dia que volta a existir com o cheiro de café fresquinho passeando pela casa. Vem com ele o ânimo de quem se alimenta da terra e mata a sede na nascente cristalina. Sede que volta a sentir.
É menino confuso. Diz que gosta para depois desgostar. Guarda para logo depois esquecer. Emoldura e depois nem dura.
Esse menino... Essa criança!
Mas, eu deponho ao seu favor.
Sim, ele é incapaz de labutar com questões próprias do amor. Não lida com desenvoltura exemplar sobre a delicadeza dos sentimentos. Perde-se na confusão das palavras ditas e as censuradas. Não é homem ainda... Não tem sua estatura. Não é um varão ainda... Não tem sua envergadura, nem mesmo sua confiança. Não teve tempo de acumular as condições necessárias para desbravar terras de um só dono. Não tem a segurança esperada para se desvelar perante os olhos atentos.
Diriam: Ele é só um menino!
E como tal só diz o que realmente sente. Só ama se for por inteiro. E quando conhece sabe confiar. Faz birra, briga. Faz barulho... Bate o pé para proteger o que sente ser seu. Abre os braços para receber a quem gosta. Fica perto para poder aproveitar o que parece ser eterno, porém sabe que o fim é uma sentença assinada e selada. Canta acalantos para se distrair e o sono chegar. Brinca de se esconder, mas gosta mesmo de se revelar para depois correr pelos morros da cidade; empinando pipa, fazendo festa no céu... Porque, depois que você chegou ele desaprendeu da solidão. Ele já não sabe o que é brincar sozinho.
Vive dentro dele um vento manso, uma tempestade feroz. Rio calmo, mar bravo. Vive o sim e também o não. Vivem lembranças suas pintadas na calmaria de domingo e na bagunça do fim de festa.
Vive! Para não esquecer que ainda gosta, como se fosse a primeira carta, o primeiro encontro, o primeiro beijo... O primeiro tudo.
Imagem / Fonte: photoshoptotal.com.br