Quando causamos tristezas à nossos amores.
Havia se formado há uma semana e dentro de 10 dias se casaria com o tão amado namorado, afinal, estavam juntos há 8 anos e o casamento não poderia ser mais adiado.
O apartamento comprado, mobiliado, a formatura, o casamento, a felicidade... Sonhava com filhos, família, amigos lhe visitando nos fins de semana. Ah, quanta alegria dali em diante, muito se esforçara para tanto, e agora colheria os frutos de seu plantio.
A sexta feira chegara, os 10 dias correram céleres, em menos de 24 horas estaria rumando a uma praia nordestina para desfrutar de merecida lua de mel com seu eleito.
Enfim, o sábado aportou, seu coração descompassou e o nervosismo tomou conta de seu ser... Quanta alegria! Vestida de branco, linda, incomparável, desfilou pelo corredor da igreja, dirigindo-se rumo ao amor de sua vida. Casaram-se, foi como um sonho, cumprimentos, abraços, presentes...
No meio da festa, o agora marido pede licença e sai de motocicleta, a fim de comprar algo. Ela dá-lhe um beijo e recomenda para que não demore.
Ele, exultante com aquele mágico momento, acelera a moto um pouco mais, e mais, e mais, e mais... até deparar-se com um carro que vinha em sua direção, o acidente foi inevitável, as conseqüências trágicas. A tão sonhada lua de mel de nossa personagem deu lugar ao velório do amado, a alegria de outrora foi sufocada pelas lágrimas, e por uma pergunta que torturava seu coração: Por que isso foi acontecer justamente com ele?
Minha saudosa mãe, costumava dizer que a morte vem sempre com uma desculpa, não a aceitamos, e então, acabamos por procurar alternativas que lhe justifiquem.
Bem, tinha minha mãe apenas meia dose de razão, porquanto, há mesmo acontecimentos que nos escapam ao alcance, muitas vezes as coisas acontecem a nossa revelia.
Contudo, não apenas a morte, mas uma infinidade de sofrimentos, freqüentemente batem a porta atendendo a nosso próprio chamado, que se faz através de atitudes incoerentes: Sem perceber, matamo-nos pouco a pouco:
Quando de dentro para fora desrespeitamos o corpo físico nos envenenando com pensamentos menos dignos, e de fora para dentro nos envenenamos com alucinógenos das mais diversas formas.
Quando levamos vida desregrada, não cuidando da saúde, quando o corpo nos avisa através da dor que é hora de consultar o médico, e lamentavelmente não lhe damos a devida atenção.
Quando não respeitamos as leis de trânsito que estão nos norteando à uma maneira prudente de proceder.
Quando alimentamos richas e plantamos o ódio, que não raro desembocam em crimes passionais.
E assim, desatentos, causamos tristezas à muitos corações que queríamos apenas trazer alegria.
Nossa vida, caro leitor, tem preço inestimável não apenas à nós, mas também aqueles que nos amam, porque eles sofrem, por vezes, até mais do que nós mesmos, diante de nossas quedas. Afinal, nos amam, nos querem bem, justo então, que valorizemos este amor que nos é devotado. Como?
Agindo com prudência, guardando respeito a própria vida, conscientizando-se que somos importantes à muita gente.
Apenas para termos uma idéia, na cidade de São Paulo, morrem 2 pedestres e 1 motociclista todos os dias. Com certeza, muitas dessas mortes atendem os apelos da desatenção e da imprudência.
As doenças cardiovasculares, por exemplo, são responsáveis por cerca de 18 milhões de mortes todos os anos, no mundo todo. Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas se os conselhos dos médicos fossem seguidos a risca, mas enfim, freqüentemente não valorizamos a experiência terrestre, e sucumbimos, vitimados pela negligência.
A experiência na carne é uma dádiva, a vida preciosa demais para não lhe darmos o devido e merecido cuidado, nossos amores nos são caros demais para os fazermos chorar por causa de nossa imprudência.
Por isso, para que aproveitemos nossa vida em plenitude ao lado de nossos amores, se faz mister seguir o sábio conselho do divino amigo:
“Amai o próximo como a si mesmo”.
Pensemos nisso.