AS SEMPRE-VIVAS
Penso num edelweiss lá no meio da neve, tão alta, tão longe e me lembro das sempre-vivas tão singelas e me comovo com as florezinhas do campo livremente expostas ao olhar de quem passa, quase sempre sem olhar de ver.
Olho para o céu de um azul de milhões de anos, o mesmo azul desde o tempo dos nossos ancestrais primeiros, o mesmo azul talvez do teu olhar deste momento. Ah, eu me lembro, não há em mim qualquer poder de esquecimento.
As coisas mudam o tempo todo, as coisas não mudam nunca. Tão profundo o sofrimento pela mudança, tão grato o sentimento da permanência! Momentos dolorosos em que se perdem todos os sentidos da vida, momentos de luz em que se respira a abolição de cada um dos limites, o ar da eternidade.
Republicação na tarde de 12 de setembro de 2011.