MENSAGEM DE AMOR EM MÃO DUPLA
Não há como pensar em ti sem pensar na eternidade e sem me lembrar de mim, sendo que lembrar-me de mim é lembrar-me de nós, do nosso estar de sempre um dentro do outro, de tudo o que jamais expresso nem vivido real mais absoluto. Só consigo encontrar-me plenamente em mim quando re-conheço, em cada dia, a tua presença, a tua onipresença, ainda quando esqueço, porque as tuas marcas estão em tudo, nas flores da minha amada paineira, também na sua nudez invernal, nudez que, parecendo definitiva, logo começa a cobrir-se, em todos os seus espaços, por folhas primeiro de um verde claro, depois cor-de-esmeralda aos poucos se tornando de um verde profundo, que permanecerá até a nova floração, no outono do próximo ano. Assim é tua presença em mim, sempre a mesma presença, sempre mutante, sempre mais real do que o real.
Toda vez que me falas assim, mulher, eu me calo, porque não encontro palavras para dizer. Sei que conheces, no teu ser mais íntimo, tudo, tudo o que sempre calei.
Republicação em 07 de agosto de 2011.