Adeus ao amor...

   Existem vários tipos de dores, mas no amor existem apenas duas

   A primeira é quando o relacionamento termina e a gente, continua amando, enlouquece, tenta se acostumar com a ausência do outro, com a sensação que fica da perda, de rejeição e com a falta de amor, não conseguimos visualizar melhoras e nem ver luz no fim do túnel.

  Já a segunda dor é quando começamos a visualizar a luz no fim do túnel.

   A parte que mais dói, é a dor física da falta de todos os beijos e abraços, a dor de sentir que não é mais importante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar esse amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...

   Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou dentro de nós. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que as vezes na verdade elas que não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se algo constante, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível se desfazer dele.

   É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo".

É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas ainda interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".

   Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o fim de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...

   E só então a gente poderá amar, de novo.

Pekena Pam
Enviado por Pekena Pam em 26/07/2011
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