"AMOR" nos dias atuais
Será o romantismo um refugio para todos os problemas da vida?
O romantismo e seus encantos sempre foram um sonho para cada um de nós. Nós sempre imaginamos um dia que encontraríamos esse “Estilo de Vida”, esse patamar de amor que parecer ser o ideal de felicidade. Ele é como se fosse um refúgio a todos os problemas de nossa vida. E de alguma forma, como se o nosso par ideal não fosse um ser humano comum, ele na verdade se torna uma entidade celeste que tem poderes mágicos. Tem o poder de, por exemplo, suprir o vazio imenso que sentimos no peito. Tem o poder de nos compreender e nos dar a devida atenção que merecemos. Poder de recompensar com muito amor todos os momentos que nos sentimos menos amados ao longo de nossa existência. Tem também o poder de ter todo o tempo do mundo dedicado só pra gente e o maravilhoso poder de nunca, em momento algum, nos decepcionar.
As vezes esperamos alguém assim, principalmente nos momentos que estamos com nossas vontades contrariadas. Quando queremos algo que não conseguimos em nossos relacionamentos. Não quero mentir aqui e dizer que essa pessoa “divina” não existe. Existe sim! Ela é muito real e verdadeira. Mas não posso ficar sem dizer o lugar onde ela se encontra. Não quero dizer isso para desanimar ninguém, mas é realmente o único lugar onde podemos encontra-la. É em nossa própria mente! Fomos nós que fizemos o papel de criador e modelamos um ideal que nos agrada em todos os sentidos, por isso essa pessoa é perfeita. Na verdade é mais do que isso é alguém personalizado para satisfazer tudo o que sonhamos e desejamos. E por causa disso nós esperamos muito do outro. Por projetarmos essa imagem na pessoa física (cheia de defeitos dos quais nós não gostamos) que está ao nosso lado, culpamos ela por não satisfazer nossas expectativas.
Sabe qual é verdadeiro problema? Uma escritora cristã chamada Ellen White disse em um de seus livros que quando Deus criou o ser humano colocou todos os princípios e sentimentos bem ordenados e equilibrados. Mas ao transgredir a lei de Deus houve uma mudança de valores e os bons sentimentos e princípios deram lugar a outros, e no comentário da autora citada diz que o egoísmo deu lugar ao amor. No amor a pessoa mais importante é a outra, no amor o esforço é dedicado a fazer o outro feliz e não a nós mesmos. É por isso que nosso amor romântico não funciona. Ele não nos leva a amar o outro mas sim o "EU". Amamos não a pessoa física, mas a entidade divina criada por nós. Queremos satisfazer nossos próprios desejos e a outra pessoa é apenas um instrumento para isso.
Talvez, em algum momento você descobriu que não ama mais a pessoa com quem está se relacionando. Mas digo que você descobriu isso muito atrasado, na verdade você nunca amou ninguém a não ser você mesmo. Por que sempre buscou no outro algo para você e quando se sentiu insatisfeito disse que não ama mais. Egoísmo não é amor. Enquanto seu amor estiver baseado no que você sente em relação a outra, você ainda não descobriu o amor, pois o amor está baseado no que você pode fazer para o outro. Não de modo irracional, mas de modo que não espere nada em troca, algo que seja constante e crescente, e que não dependa de exigências criadas pela nossa carência.
O maior segredo está em reconhecermos a nossa tendência de amar a nós mesmos, em não basear o amor no merecimento do outro, ter a certeza que ao amar o outro dessa forma teremos uma alegria que irá trazer satisfação plena de nossas carências. Não digo que será fácil, pelo contrário, devemos lutar contra nosso egoísmo para conseguir amar mesmo contrariando nosso ego, mas digo que ao vencermos a batalha teremos a paz, a segurança e o amor verdadeiro como despojos.