Suspeição...
Não sei por que, o sol irrompeu mais resplandecente no horizonte; minha existência, até então anuviada, descobriu o que é viver e os meus dias passaram a amanhecer coloridos.
Não sei por que, à tarde, aves do céu cantam nas copas das árvores fazendo algazarra pra nos saudar, e eu, ando avoada por conta deste meu pensar que viaja nesse toar dos pássaros em uníssono acorde: você.
À noite, ao nos deitarmos, quero apenas em tua pele encostar, pra me agasalhar no teu abraço, para então, me embriagar de tua voz aveludada que, ao sussurrar tolices em meus ouvidos, me transporta para um estado de perdição: Loucura - atributo próprio de seres apaixonados.
Não sei por que, mas suspeito, que foi ao descortinar as janelas de tua alma que descobri você e, mesmo sem perceber, te amei desde o primeiro olhar.
Por quanto tempo sonhei com você, meu guerreiro! E quanta falta você me fez! Como Penélope, a espera de Ulisses, sequer passei eu um dia sem acreditar que você daria um jeito de me encontrar.
Ao teu lado, descobri um mundo de sonhos, onde você, minha vida, me enfeitiça todos os dias e me faz sentir mulher, rainha amada e amante do meu homem muito amado.
Partilhar a vida com você tem sido maravilhoso: é um namorar todo dia, cheio de amor com poesia, de corneto na praça, de dormir agarrado, de tomar banho de chuva, licor de pêssego, gianduia e curaçao... Como é bom atravessar a madrugada conversando – ou então eu brigando com o sono e você tentando me fazer dormir... E, quando o dia nasce, tem um delicioso café da manhã que, carinhosamente, você prepara pra nós.
Ah, meu amor! Nosso canto é luminoso - o Nirvana, já sabemos, é aqui, em Pasárgada.
Suspeito que, se tivesse eu mais tempo, ainda assim, não seria tempo suficiente para tanto amor que nesta vida, eu trouxe pra entregar a você.
São José dos Campos, 16 de junho de 2011