MENSAGEM PARA O MEU PÁSSARO

Quando voamos, pássaro, para céu muito distante das sombras deste mundo, lá adormecemos, juntos, deixando ambos cá, nesta Terra de sombras, nossos simulacros.

São eles, nossos simulacros, que sofrem, não nós; são eles que vivem em perpétuo estado de agonia, aqui, a vagar pelas ruas de sombras. São eles, simulacros, não nós, estes seres feitos de renúncias. Não nos confundamos com eles, pássaro, com nossos simulacros.

Nós estamos lá, adormecidos, juntos no mesmo sono, juntos no mesmo sonho lá, em outro céu.

Um dia acordaremos, pássaro, meu companheiro. Um dia acordaremos.

Na manhã de 16 de junho de 2011.