ENQUANTO É TEMPO...

Ah, pudéssemos nos dizer a verdade, a nossa verdade mútua, mesmo que já pretérita, mesmo que a verdade que se foi... que se partiu... enquanto é tempo, enquanto estamos vivos. A vida é sopro tão curto, amor! Mais do que nunca o sinto, neste instante em que um amigo querido voou, voou para além, voou para muito longe da visão dos meus olhos de carne.

Ah, pudéssemos fechar a boca do Silêncio, calá-lo, ao Silêncio, falar o que sempre calamos; mesmo que se fale de algo pretérito, restabelecê-lo, aqui, agora, meu amor, enquanto existimos, enquanto nos alenta o sopro da vida, este frágil, ah, este tão frágil sopro.

Meu amor, ah, meu amor, meu amor, este meu único!

Na manhã de 11 de junho de 2011.