Saber viver não é pecado.
Caminhar pelos campos e ouvir os pássaros cantar. Pisar com os pés descasos na terra ainda úmida pelo orvalho da noite que acabou de passar, e sentir que por entre nuvens de um céu que nos cobre a cabeça há os tímidos raios de um sol tentando nos aquecer.
Ouvir o murmúrio das águas que de uma cascata deságua, e neste instante deixar que estes pingos trazidos pelo vento suave toquem nosso rosto, e que possam lavar todas as nossas magoas para que venhamos a sentir que tudo que é de ruim se foi pela água corrente, deste rio que corre constante, indiferente a tantos obstáculos presentes.
Ouvir a natureza, o pisar silencioso das formigas do lugar, o bater das asas dos colibris quando se aproximam das flores para delas o néctar sugar, o voar das borboletas, e admirarmos os gigantes da mata cuja copa de tão alta quase perfura o fino tecido das nuvens, e cujo céu de tão azul parece que por alguns instantes estamos vendo o próprio mar.
Mas tudo isto pode ser visto de qualquer lugar, mesmo estando entre emaranhados de arranha-céus, mesmo pisando no duro asfalto, nas frias pedras das calçadas, pois o que vale é deixar que Ele participe da nossa vida, pois assim nos nossos caminhos sempre haverá o cantar das andorinhas, o frescor das matas, o perfume suaves das tantas flores, e quando findar o dia será com muita alegria que ergueremos as mãos para o alto, e neste gesto, longe de ser falsidade, mas de agradecimento, estaremos disfarçadamente pedindo que tudo isto possamos reviver novamente no novo dia que esta para nascer. E se este pedido for pecado, deste pecado Ele ira nos absolver.
Um bom e feliz final de semana para todos vocês.