CONFISSÃO DE AMOR
E uma única frase gira... gira... gira... como um carrossel louco dentro de mim EU TE AMO... EU TE AMO... EU TE AMO... ressoando assim melodramaticamente, assim como em um folhetim antigo, assim como se eu fosse uma criança a pedir pão e brinquedo pelos espaços já plenos de todos os brilhos, neste fim de ano.
Assim vou dizendo pelas ruas opacas de mim dentro e não sei o quanto daria nem o quê daria de minha vida para ter ainda o direito e a coragem de dizer-te estas palavras, dizê-las diante da tua presença de carne, dizê-las diante do teu olhar a me ecoá-las.
Não sei o quê nem quanto daria para devolver-te, intato e de novo primeiro, o Sentimento Poético do Mundo, e de novo e primeira a virgindade da tua própria Poesia: vísceras, pele, Oceano, Universo.
Não sei o quê nem quanto daria, meu Amor, meu Amigo, meu Cúmplice de vida inteira. Amor da minha alma. Amor das minhas palavras e dos meus silêncios. Amor das minhas entranhas, entranhas que há muito já nem sinto presença em mim.
Na manhã de 18 de dezembro de 2010; republicação na tarde de 19 de maio de 2011.