MORTINHA POR UMA HISTÓRIA COM FIM ...

As sílabas soltam-se das palavras e formam um labirinto com sombras, permanentemente mudas, na ânsia de um adeus póstumo. Não, não há palavras assim!

Fuma mais um cigarro que eu não conto porquê. Apaga a luz ao sair, quero desligar-me no escuro. Foi o que disse a saudade, ocupada em nascer e morrer, num silêncio que quase cala as palavras forradas de sílabas verdes. Não, não há palavras assim!

Na metamorfose do nada, verde foi também o reflexo do teu olhar no meu. Quis-te com o medo de tudo ser impossível e ganhei. Há vitórias assim!

Por vezes sinto esta vontade estranha de fazer minutos infindáveis de silêncio, por mim. Por vezes deixo os minutos intactos e olho o teu casaco sobre o meu. Há abraços assim!

No desalento morri ontem, estou tão cansada! Quero uma história de amor com princípio meio e fim. Há histórias assim!

Sou feita de momentos, quero lágrimas na despedida, uma ausência não me basta.

E depois existem aqueles dias em que não mudava nada, mesmo que pudesse desacreditar… o importante era sermos felizes naquele dia.

Passei a ser no singular …

Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 20/03/2011
Código do texto: T2859925