Amor de Camões
“Amor é fogo que arde
sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer”.
(Camões)
Este verbo que sempre vem a boca, mas fogem palavras para descrevê-lo, como toda a intensidade de nosso ser. Camões tentou descrevê-lo, com todo o seu ardor, com toda a sua poesia.
Jovens tentam descrevê-lo, com toda a ousadia da juventude, com toda a inocência e sensualidade de tão tenra imaturidade.
Os adultos....ah...os adultos...sabem vivê-lo...em todas as suas formas e gêneros..todas as suas conjugações, tempo verbais, formas e anti-formas..com todos os conceitos, pré-conceitos e preconceitos...com toda a sua ousadia e teimosia...os adultos não querem descrever, querem apenas viver todo o amor que tem dentro de si, em toda a sua plenitude, em toda a sua infinitude.
Para que então tentar descrever o que não pode ser descrito em palavras? Eis uma pergunta que faço todos os dias, todas as horas, todos os segundos.
Talvez, quem sabe, talvez medir a intensidade de um sentimento que transborda pelo corpo, pela mente, pela alma, que vai além do infinito. Quem sabe, tentar mostrar um milésimo do que sentimos ao ver a pessoa que amamos, ao sentir seu cheiro, sua voz, seu toque. Quem sabe, tentar quantificar em termos gramáticos e aritméticos a equação inexata do existir, sem saber que aquilo tem fim ou não. Quem sabe, poder simplesmente amar e ponto final.
JD Matos – 10/03/2011 – 01h14