MINHA TIA FOI PARA O CÉU!
Sim, ela abandonou o velho corpo doente (82 anos) e guiada por anjos foi levada ao céu. Foram muitos anos de sofrimento, de muito corticóide e outras drogas fortes para poder suportar as dores da artrite reumatóide.
Minha tia Reginalda Pereira da Costa, era a irmã caçula da minha mãe. Nós não usamos o sobrenome da família da minha mãe.
Minha tia foi uma heroína aos meus olhos e aos olhos de quem privou de sua companhia de mulher lutadora. Aos 15 anos de idade ela começou a trabalhar como enfermeira prática, no hospital da Fundação Brasil Central, em Aragarças. Sua atuação foi tão grande que os médicos confiaram a ela a chefia do hospital de Xavantina, isto com pouco mais de 24 anos de idade. Ela fez mais de mil e quinhentos partos, sem a presença de médicos. Eu não conto as vezes em que enfrentou perigos, tanto no ar quanto na terra, pois viajava de avião Teco-teco, ou de canoas precárias para levar assistência às aldeias indígenas do Xingu. Ao lado do indianista Orlando Vilas Boas, lutou contra epidemias de gripes, sarampo, coqueluche e outras doenças, que dizimavam aldeias inteiras, mas conseguiu salvar muita gente. Minha tia abriu mão de viver por ela mesma. Nunca casou e, pela fé, manteve-se pura. Ela entregou a Deus todos os sonhos e desejos e se colocou totalmente nas mãos dEle, pra que Ele fizesse Sua vontade, anulando a dela.
Quando um servo do Senhor vai embora a saudade fica, mas se tem o conforto de saber que ele partiu para o Reino. Para o cristão, não pode haver alegria maior do que esta certeza. Negar este fato seria como negar o sacrifício que Jesus fez por nós, na cruz.
Fique em paz com Deus, minha tia!
Brasília, 17 de fevereiro de 2011