Paz,mansos caminhos do interior,Minas das Gerais

Paz, mansos caminhos do interior, Minas Das Gerais

Buscando a amplitude da luz dos meus dias, percebi que a beleza de um jardim é mais abrangente do que a agonia e desconfiança que se instalaram nas metrópoles.

O canto dos pássaros é contundente, maior e melhor do que a pressa ou ambição desenfreada nas grandes cidades. Enquanto o coração aflito anseia chuva suave em telhados,o orvalho escorre mansamente entre montanhas que se aquecem ao sol.As cores fulgurantes estão nas asas das borboletas e o vento agita ramos,folhas,folhas secas.

A velocidade urbana é eloqüente, a pressa é obvia nas capitais, nas esquinas de movimentos acelerados. Quase se atropela em nome de um capitalismo que maltrata especialmente os menos abastados.

Entre dois montes há um encontro de delicias, porque o bater de muitas incansáveis asas superam a luz de raios timidamente encobertos dentre a vegetação. O hábil arquiteto da floresta, no vai e vem consolida sua morada usando a força do seu vôo em perfeita harmonia secular. O João- de- Barro é sabedoria que se move em asas.

Enquanto as grandes metrópoles fervem alucinadamente, a seiva da vida está no chão que alimenta, no riacho quase transparente que envolve teu pé.

Um turbilhão de idéias e planos povoam a gente urbana, enquanto o interior do país sobrevive na quietude das campinas.Semelhante à criança que encontra colo,os que habitam lugares distantes das metrópoles dormem em imensos leitos onde reina a calma.

Viver entre a euforia das cidades é ser algemado pelos grilhões da angustia, não há paz completa nas metrópoles. Há uma lamentável pressa que gera desconforto e renuncias.

Viver bem é estar entre perfumes, gramados, animais e relva. O interior não é lugar apenas de caipiras, aliás terrível conceito. Estar de bem com a vida por mais tempo é estar longe de grandes cidades, aninhado no silêncio, envolto e envolvido pela ternura interiorana. Falando sério, no infinito há beleza de uma noite enluarada, convido-te, saíamos para recebermos o brilho que reflete em folhas verdejantes.

Vá mais vezes para esses lugares e serás revestido por uma mansidão infinita. Fugir por um determinado tempo de grandes cidades é semelhante à um pássaro que se liberta e que se refugia em seu próprio habitat,encontrando equilíbrio e paz,tempo no seu próprio tempo.

Estar no interior, lugar onde o tempo nunca está com pressa é ser abraçado, agasalhado pela paz reinante que o levará à longas e seguras reflexões.

Em centros urbanos há imensos corredores para a pressa, não se deleita entre o belo e harmônico crepúsculo. Nos lugares onde a pressa é predominante, a chance de se estar só é provável. Observar detalhes da vida ao derredor não é algo profano, nem nos torna sedentários.

É preciso ter olhos inquietos, que não se contentam com o processo acelerado das cidades. Olhar o interior é visualizar primaveras que se prolongam no silêncio, na ternura dos ribeiros, na doce euforia envolvente que voa em muitas direções,asas que podem te conquistar.

O interior que te espera é seiva para restaurar seus sonhos porque lá está à esperá-lo uma mansidão que o confortará.Aninha-te nesse berço requintado,êxtase de uma gratidão insondável,no interior reina a calma,antídoto para cicatrizar tua pressa.Sua inquietação é feito vento que rápido se vai,retorna provocando insegurança,incertezas.

Mas há um lugar onde a pressa foi superada e a vida triunfa graciosamente, o interior de Minas.

Lá a felicidade não está algemada e repousará em ti, porque a aflição das metrópoles não é eficaz em todos os lugares.

Que trem bão é o interior de Minas Gerais uai.