Talvez

Talvez tenhamos medo de nos entregarmos verdadeiramente ao amor devido a tanto desamor que predomina neste mundo

Talvez tenhamos medo de sermos vítimas do descaso ao sentimento e por isso quando encontramos alguém que amamos não demonstramos a qualidade de amor que possuímos e vivemos com um pé aqui e o outro ali em relação ao outro, o que gera amor inseguro e que resumindo ainda não é amor.

Talvez escutamos mais o que os outros pensam em relação ao amor do que as nossas próprias convicções sobre este assunto o que nos leva muitas vezes a agirmos de maneira inconveniente com quem amamos duvidando da capacidade do amor que o outro tem para conosco, gerando a certeza de que a relação não vive a confiança necessária. Tudo isto porque nos deixamos levar pelos outros.

Talvez sejamos imaturos, provenientes de bastante sentimento bonito, mas que na hora de transmitir não sabemos a maneira adequada de dar e receber amor.

Talvez não saibamos escutar com paciência o que o outro tem a dizer, ou talvez não compreendamos o fato do outro não tomar determinadas atitudes ou entender aquilo que estamos falando, gerando em nós um auto-estresse que acaba qualquer clima romântico e com o tempo e o desgaste, a própria relação acabe.

Talvez não saibamos nem quem somos. Falta um encontro mais concreto conosco mesmo. Refletirmos e tirarmos conclusões de como andamos agindo com as pessoas ao nosso redor e conosco mesmo. Nossas atitudes mostram como somos e a medida que agimos, dependendo da maneira que o outro enxerga, nosso ser afasta as pessoas de nós.

Talvez o tempo explique. Talvez o tempo mude. Talvez o sol apareça. Talvez a luz apague. Talvez o colorido não exista. Talvez a escuridão predomine. Talvez a morte separe e seja tarde demais. Talvez existam domingos alegres. Talvez existam carnavais. Talvez existam pipocas pulando na panela. Talvez a vida nunca acabe. Talvez, um dia. Talvez, uma noite. Talvez em um momento acabe o Talvez das coisas.