CONFISSÃO DE AMOR
Quase véspera de Natal e uma única frase gira... gira... gira... como um carrossel louco dentro de mim EU TE AMO... EU TE AMO... EU TE AMO... assim melodramaticamente, assim como em um folhetim antigo, assim como uma criança a pedir pão e brinquedo pelas calçadas da Avenida Paulista plena, neste fim de ano, de todos os brilhos possíveis.
Assim vou dizendo pelas ruas opacas de mim dentro e não sei o quanto daria nem o quê daria de minha vida para ter ainda o direito e a coragem de dizer-te estas palavras, dizê-las diante da tua presença de carne, dizê-las diante do teu olhar a me ecoá-las.
Não sei o quê nem quanto daria para devolver-te, intacto e de novo primeiro, o Sentimento Poético do Mundo, e de novo e primeira a virgindade da tua própria Poesia: vísceras, pele, Oceano, Universo.
Não sei o quê nem quanto daria, meu Amor, meu Amigo,meu Cúmplice de vida inteira. Amor da minha alma. Amor das minhas palavras e dos meus silêncios. Amor das minhas entranhas.
Zuleika dos Reis, na manhã de 18 de dezembro de 2010.