Esqueci como é namorar.
Estava aqui, nesta tarde cinzenta, neste inicio de primavera, onde os ipês roxos balançam seus cachos e cobrem as calçadas com suas folhas caídas e esta sensação que me persegue há dias, de repente, tornou-se o que há de mais urgente em mim. Tenho tentado compreender o "nosso" amor. Foram poucos momentos. Muitas lembranças. Muitas palavras, poucos atos. Sinto que o nosso namoro está se desconstruindo. Sinto que caminhamos no sentido inverso do amar. O encanto já não encanta. A mão já não sabe fazer carinhos. O tempo que passa tão lento na espera devora o sonho do encontro. E ficamos tão sós. Um diante do outro. A palavra calada. A palavra não vale nada. A palavra é um pequeno enfeite em um gesto que seja sincero e afetuoso. O meu coração ainda treme quando o telefone toca. Ainda roço meu braço em você quando andamos na rua. Ainda adoro sentir a tua calcinha quando te enlaço a cintura. Mas, eu esqueci como se namora. Sempre fica a sensação congelante de que a minha emoção tá errada. Que os meus abraços são tronchos. Que abraço teu corpo mas nem sequer resvalo a tua emoção. Olho para as flores dos ipês cobrindo o chão. Em pouco serão uma pasta pisada pelos passantes. Sinto assim minhas emoções. Balançam nos ventos do teu corpo e flutuam leves e tontas até se dissiparem sob o pisar das nossas indiferenças. Sinto que o tempo e a distância nos afasta. Sinto que esta lágrima que me incomoda o tempo todo enquanto escrevo é a última expressão do que a vida nos propôs. Há em mim um amor que não se sabe dizer. Há um amor em mim que não sabe te amar.
Estava aqui, nesta tarde cinzenta, neste inicio de primavera, onde os ipês roxos balançam seus cachos e cobrem as calçadas com suas folhas caídas e esta sensação que me persegue há dias, de repente, tornou-se o que há de mais urgente em mim. Tenho tentado compreender o "nosso" amor. Foram poucos momentos. Muitas lembranças. Muitas palavras, poucos atos. Sinto que o nosso namoro está se desconstruindo. Sinto que caminhamos no sentido inverso do amar. O encanto já não encanta. A mão já não sabe fazer carinhos. O tempo que passa tão lento na espera devora o sonho do encontro. E ficamos tão sós. Um diante do outro. A palavra calada. A palavra não vale nada. A palavra é um pequeno enfeite em um gesto que seja sincero e afetuoso. O meu coração ainda treme quando o telefone toca. Ainda roço meu braço em você quando andamos na rua. Ainda adoro sentir a tua calcinha quando te enlaço a cintura. Mas, eu esqueci como se namora. Sempre fica a sensação congelante de que a minha emoção tá errada. Que os meus abraços são tronchos. Que abraço teu corpo mas nem sequer resvalo a tua emoção. Olho para as flores dos ipês cobrindo o chão. Em pouco serão uma pasta pisada pelos passantes. Sinto assim minhas emoções. Balançam nos ventos do teu corpo e flutuam leves e tontas até se dissiparem sob o pisar das nossas indiferenças. Sinto que o tempo e a distância nos afasta. Sinto que esta lágrima que me incomoda o tempo todo enquanto escrevo é a última expressão do que a vida nos propôs. Há em mim um amor que não se sabe dizer. Há um amor em mim que não sabe te amar.