O AMOR E A FOME
Vivia um amor que imaginava se recíproco e por ele dei o melhor de mim
Entrava em desespero só em imaginar minha vida sem meu amor
Eram ligações constantes, tranqüilizadoras no momento de dor
As saudades eram amenizadas com um simples oi
O desejo do toque silenciado com abraço apertado.
O tempo foi passando, e vieram as mudanças.
O desejo diminuiu ao ponto de se tornar imperceptível,
A boca que antes pronunciava o mais lindo vocabulário amoroso
Agora, silenciava diante do anseio de uma palavra
A dor da incerteza passou a fazer parte de minha rotina
A dúvida se fez morada em meus pensamentos.
A paciência se transformou em exigência
A espontaneidade passou a ser obrigatoriedade.
Foi quando lembrei uma parábola a qual se encaixava muito bem no momento que estava vivendo...
-“Um jovem casal chega a uma casa, e pede um prato de comida, pois estão famintos. A dona da casa gentilmente diz que no momento só tem batatas cozidas para oferecer-lhes. Eles aceitam imediatamente. Ao depararem com o prato de batatas começam, a devorar com tanta vontade que nem chegam a retirar as cascas. Passados alguns minutos começam a retirar as cascas, a escolher as mais apetitosas. Vendo isso a senhora que os acolheu disse a filha: Retire os pratos, pois eles já estão saciados. Vendo isso o rapaz perguntou: Porque a senhora diz isso? Ela respondeu: Muito simples meu jovem...Quando chegaram famintos e depararam com o prato de batatas cozidas a sua frente, a vontade de saciar a fome os fez comerem desesperadamente, saboreando tudo sem se importar com “cascas”. Quando saciados da fome começaram a “escolher”. E por receio que viessem a me entristecer por não terem “consumido” tudo, e se sentindo na obrigação de fazê-los, começaram a tentar minimizar a situação comendo mesmo sem fome, tentando assim me ludibriar. Admitindo por fim que a senhora estava coberta de razão em suas conclusões, o casal agradeceu a acolhida e com a fome e a sede saciados voltaram a sua caminhada. E fariam tudo novamente na primeira oportunidade surgida “...
Com essa lição, hoje tomei uma decisão...
Chegou a minha vez... “Estou retirando os pratos”...