Momentos marcantes da Nicolinha III - Cabaninhas de colchão


Eu tenho uma bela família constituída de esposa e filha e sempre achei ser o mais atencioso marido e pai que poderia existir.
Já ouvira e lera diversas mensagens que inspiravam principalmente aos pais a terem um maior contato, um melhor relacionamento com seus filhos, mas eu não, nunca “vestira a carapuça”.
Minha filhinha, de apenas 2 anos e 10 meses, tinha o costume de brincar em seu quarto com sua coleção de brinquedos. Esse seu quarto rosa parecia mesmo um parque de diversões.
Quando algum amiguinho ou algum dos primos e primas mais jovens iam brincar com ela lá, costumavam fazer “cabanas” com alguns colchões e colocavam cobertores sobre eles para dar um formato. Minha filha sempre me chamava para olhá-los.
Quando eu visitava seu espaço e ela me mostrava tudo, acabava me pedindo para que eu entrasse com ela na “cabaninha”. Eu sempre respondia da mesma forma:
-- Meu amor, eu não caibo aí dentro!
Para o que ela dizia:
-- Ah, não caibe!
E daí saía fazer outras coisas dentro da casa, sou um homem elétrico, não paro um segundo.
Todas as vezes o fato se repetia: construíam suas “cabanas”, ela me chamava para ver e depois me pedia para entrar nelas e eu “saía pela tangente”.
Certo dia minha filha me ensinou uma lição valiosa, onde descobri que eu também era um pai ausente!
Depois desse dia eu comecei há passar mais tempo com ela, dar-lhe mais atenção, conversar e brincar mais, e o nosso amor que já era grande tornou-se imenso!
E o “método” que ela utilizou foi o mais simples possível, creio que uma metodologia que só existe na mente das crianças, mas me atingiu em cheio dentro do coração.
Num dia estava sozinha em seu quarto e me chamou. Ao chegar lá me deparei com ela sentada sobre um colchão estendido, com diversos brinquedos em volta. Olhou-me nos olhos e disse simplesmente:
-- Papai senta aqui comigo!
E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela completou:
-- Aqui você “caibe”!

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História baseada num fato real.

Abraços!
JGCosta
Enviado por JGCosta em 27/12/2009
Reeditado em 03/01/2010
Código do texto: T1997593