UM ANJO EM MINHA VIDA (É FATO REAL)

Chegou com dezessete dias de vida... uma menininha e ainda assim repleta de toda garra. Sem nome, sem registro, sem pai e sem um lar decente. Dezessete dias apenas e, com problemas de asseio, sem direito ao leite materno e sem condições dignas de sobrevivência.

A mãe trouxe até mim. Desesperada para que eu ficasse ou... daria a primeira pessoa que encontrasse. Vendo tal agonia a tomei em meus braços e me compadeci de sua pequena vida e do seu frágil corpinho faminto. Veio com duas sacolas de roupas sujas, mofadas e sem nenhuma roupa para uso. Eu nem pensei nas conseqüências... fui ao mercado comprei fraldas, leite, farinha para o mingau, mamadeiras e fraldas descartáveis. Muita gente me achou louca, mas a vida também inclui loucura e essa era uma das grandes, mas o coração foi pego de surpresa e o amor não tem hora, nem condição. Em pouco tempo a mãe se fora e o pacote de ternura ficou sobre a minha responsabilidade. Consegui um banho, arrumei uma mãe de leite e vi sua pele tão marcada por micoses... tudo isso, mesmo estando ainda fora de casa, consegui uma roupinha limpinha e havia em minha alma um quê de alegria e de exaltação. Era uma vida de Deus e Deus confiara em mim aquele momento, eu não queria desapontá-lo.

Fui para casa cheia de sacos e com a encomenda do céu nos braços. Chegando... coloquei-a na cama e fui preparar a mamadeira. O choro forte, a pressa, o desafio... e mais uma etapa vencida. Cansadinha fechou seus olhinhos negros e dormiu. Aproveitei para lavar toda a sua roupinha. Terminei meia noite e meia e quando pensei em descansar, ela acordou e somente dormiu às três e vinte da madrugada. Às seis horas já estava de banho tomada, roupa passada e com cheirinho de alfazema. Passou o dia tranquila e no fim de tarde a mãe apareceu. Parecia mais calma e me disse que seu intuito era de que eu a criasse. Pois não possuía moradia e nem como sustentá-la.

Bem nosso anjinho ainda não possui um nome, apesar de ter nascido no dia 12 de outubro. Não tem registro. Está com sua mãe, mas dorme no chão, numa casa úmida e sem recursos nenhum. Eu ajudo no que posso, mas a mãe disse que está sem nome e sem registro, porque a mãe escolhida sou eu. Ainda é um dilema. Eu a quero. Vejam bem pedi tanto a Deus um bebê com a característica dela. E veio... não sei o que fazer ainda?... Peço a Deus resposta. É duro ver alguém vindo em sua direção num pedido de socorro e você?...

Fim desta, C. Santos - Akeza.

Muito obrigada por fazer parte do Universo e por sua amizade sincera. Deus continue iluminando os seus caminhos.

Akeza
Enviado por Akeza em 28/11/2009
Reeditado em 28/11/2009
Código do texto: T1948226
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