AMOR MAIÚSCULO

Um homem de idade já bem avançada compareceu a uma clínica médica para fazer um curativo na mão ferida.Estava apressado,dizendo-se atrasado para um compromisso,e enquanto a enfermeira o tratava perguntou-lhe qual era o motivo da pressa.

Ele respondeu que precisava ir a um asilo de idosos,para,como sempre,tomar o café da manhã com sua mulher que estava internada lá.Disse ainda que ela já estava há algum tempo nesse lugar,porque tinha uma doença degenerativa bastante avançada.

Enquanto a enfermeira acabava de fazer o curativo,perguntou-lhe se sua esposa não se alarmaria pelo fato de ele estar chegando mais tarde à visita.

Não,ele disse.Ela já não sabe quem eu sou.Faz cinco anos que não me reconhece mais.

Estranho,retrucou a enfermeira:

Mas se ela já não sabe quem é o senhor,porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs?

Ele sorriu e deu-lhe uma palmadinha na mão,dizendo:

É,ela não sabe quem eu sou,mas,contudo,sei muito bem quem é ela.

Os olhos da enfermeira lacrimejaram enquanto ele saía apressado e então ela pensou:

" Essa é a classe de amor que eu quero para a minha vida.O verdadeiro amor não se reduz ao físico nem ao romântico.O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é,do que foi,do que será e...do que já não é mais".

"O amor seja não fingido...Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal..." Paulo de Tarso

JOÃO PANTANEIRO
Enviado por JOÃO PANTANEIRO em 30/10/2009
Reeditado em 30/10/2009
Código do texto: T1896017
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